Um beijo de luz entrou
e na sua luz tão bela iluminou
toda esta mágoa, este sofrimento
onde me enclausuro há já tanto tempo
E foi assim que sem querer se abriu
em mim um pequenino sorriso
que sorriu, sorriu, sorriu...
e assim escancarado nem notou
que o que essa bela luz iluminou
era o meu corpo, caminho de carne
por onde deambula há tanto tempo
em passos lentos este contido lamento
Mas o pequeno sorriso
não lamentava, sorria!
Num tempo anterior ao seu
tudo em redor era breu
e agora, agora ele via!
Via um caminho comprido
das carnes do meu corpo estendido
do passado de onde vim rebento
ao presente que trago comigo
tudo o que arrasto e sustento
Via a realidade, via
o que dantes só imaginava,
e ria escancaradamente, ria
porque para além do sofrimento
via o buraco por onde a luz entrava.
Cá dentro agora beleza e sofrimento,
mágoa, luz e tudo o que acalento
obedece como a música ao solfejo
de um sorriso pequenito mas crescendo,
que sabe de onde vem a luz que vejo
e sabe que essa força, esse alimento,
não é apenas luz mas o teu beijo
não é apenas luz mas o teu beijo,
amor que te transporto há tanto tempo
nas tristes desventuras do desejo.
AWF, 28 Fev 2011
quinta-feira, 3 de março de 2011
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