sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Seja agora...

Do grupo Deolinda, é de agora:


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A privatização da electricidade...


Acabei de receber a primeira factura de electricidade deste ano. Eu possuo uma potência contratada de 4,6 kVA, e um contador bi-horário. Constato que (tudo valores sem IVA):
  • o preço do kWh nas horas fora de vazio subiu de 15,51 cêntimos para 16,41 cêntimos, ou seja, subiu 5,8%;
  • o preço do kWh nas horas de vazio subiu de 8,33 cêntimos para 8,70 cêntimos, ou seja, subiu 4,4%;
  • o preço da potência contratada subiu de 22,68 cêntimos por dia para 24,07 cêntimos por dia, ou seja, subiu 6,1%.
Nestes termos, um consumo de, digamos 70 kWh em vazio e 50 kWh fora de vazio passa de 20,4 euros para 21,5 euros, ou seja, sobe 5,5%.

Concluindo, tenho um aumento médio de 5,5% na electricidade.

Consideremos o seguinte:
  • durante os primeiros 9 meses de 2012 o lucro líquido da EDP foi de 910 milhões de euros (ver aqui) (lembremos que o lucro líquido é o que sobra depois de se ter pago tudo o que havia a pagar, incluindo amortização de investimentos feitos, impostos, etc. É o dinheiro que os accionistas podem meter ao bolso e ir gozar umas férias com eles, mesmo que não tenham feito absolutamente nada para merecer esse dinheiro);
  • o preço dos combustíveis para automóveis (apenas como indicador) subiu em média cerca de 1% durante o último ano;
  • a taxa de inflação para 2012 fixada pelo INE é de 2,5%;
  • a EDP é detida em 21,35% pela China Three Gorges, em 4,14% pela Parpública (participações públicas) e nos restantes 74,51% por investidores privados, nacionais e estrangeiros, onde constam os grupos José de Mello, Iberdrola, BES, BCP, entre outros;
Portanto, numa altura em que a crise aperta, os impostos aumentam, os preços sobem, os salários diminuem e a vida em geral se torna mais difícil, a EDP aumenta o preço da electricidade bem acima da inflação para poder continuar a dar dinheiro à malta do costume que entretanto se ri à nossa custa!

Mas agora o mercado da electricidade é livre! Uau!... Portanto, vamos lá fazer uma simulação aos preços dos outros comercializadores de electricidade, utilizando para o efeito o simulador da ERSE. Constato então que o preço da EDP, serviço universal, se situa em 29 euros mensais (incluindo IVA e taxas), enquanto o preço das restantes operadoras se situa entre 28,6 euros mensais e 32,3 euros mensais.

E assim chegamos ao fim da nossa demonstração: se a energia eléctrica tem a mesma qualidade de sempre, se a energia eléctrica é um bem de primeira necessidade, se as pessoas vão continuar a consumir energia eléctrica, se a EDP teve e continua a ter lucros chorudos, se o mercado liberalizado oferece aos consumidores o mesmo a preços mais elevados, porquê privatizar o mercado da electricidade?... A resposta é só uma e é bastante óbvia: basta consultar novamente a estrutura accionista das empresas que comercializam a electricidade.

Mas se o objectivo dos magnatas é fazer sempre mais dinheiro, o objectivo dos nossos governos não devia ser governar para defender os nossos interesses, que não somos magnatas? Afinal que interesses defendem este e os últimos governos? Quem os elegeu? Mas andamos todos a dormir?... Quando é que vamos acordar?...

Bom, entretanto vou mandar uma cartinha à ERSE a perguntar onde é que eles se enganaram ao dizer que os aumentos para 2013 iam ser de 2,8%...

Espécie não identificada...

E já que estou numa de falar de árvores, vi neste sábado à noite uma espécie que ainda não consegui identificar, com o tronco castanho muito liso e as folhas dispostas em espiral...


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O estado das nossas florestas...

(imagem retirada daqui)


Antes de mais é preciso definir o que se entende por floresta. Para muitas pessoas, muitas mesmo, uma floresta não é mais do que uma grande quantidade de árvores todas juntas. Nesse sentido, uma plantação de eucaliptos, tal como a apresentada na foto em cima, é uma floresta.

No entanto, penso que é fácil perceber que existem muitas e significativas diferenças entre o uso dado ao solo por uma plantação de eucaliptos e por uma floresta menos humanizada, se assim posso dizer, por exemplo do Gerês, como a apresentada na foto em baixo.


Essas diferenças não têm a ver simplesmente com a maior ou menor beleza que subjectivamente poderemos atribuir a um ou a outro espaço. Também têm a ver com o efeito que estes diferentes tipos de "floresta" têm no solo (na alteração da sua composição, na sua retenção, etc.), na retenção de água, na capacidade de sustentação de outras espécies de seres vivos, na resistência a fogos, etc.

Por falar em fogos, é importante realçar que enquanto um conjunto de eucaliptos é capaz de arder mais facilmente que um conjunto de carvalhos, os eucaliptos são exímios a ultrapassar esses momentos de crise. São plantas pirófitas, que se aproveitam dos episódios de incêndio para conquistarem terreno às demais espécies vegetais.

Infelizmente, em Portugal as florestas que não são simples plantações (tal como os membros dos nossos sucessivos governos entendem as florestas) são minúsculas.

Não me vou alargar nesta análise. Quero apenas referir que foram há pouco tempo tornados públicos os resultados preliminares do 6º Inventário Florestal Nacional (podem ser consultados aqui). Ficamos agora a saber que o eucalipto é a espécie florestal principal.

Deixo-vos apenas algumas imagens (clicar nelas para as ampliar) do referido relatório do 6º IFN, sobre as quais todos deveríamos reflectir. Como disse o João Paulo Guerra, na sua rubrica diária na Antena1, não é a indústria da pasta do papel, mas sim a indústria da pasta e do papel... Muita pasta, sem dúvida!... E uma verdadeira tragédia para quem defende as verdadeiras florestas.

Quem quiser ter uma ideia de por onde andam as nossas espécies autóctones, pode consultar este documento.







sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Árvores autóctones de portugal...

Qualquer dicionário de português dirá que autóctone é um adjectivo que qualifica aquilo que é natural do local onde vive. Uma árvore autóctone é assim uma árvore natural do local onde vive. Mas o que é que isso quer dizer?... Será que quer dizer que a árvore não foi transplantada de outro local?... Ou que já os seus ascendentes viviam naquele local?... Ou que não foi introduzida pelo homem?...

Enfim, eu não sou biólogo ou botânico ou coisa que o valha. No meu entender de leigo, uma árvore autóctone é uma árvore que vive no local onde a respectiva espécie se desenvolveu, por meios naturais, independentemente de ter sido plantada ou transplantada ou reintroduzida pelo homem.

Também não sei ao certo como é possível determinar com rigor se uma árvore é ou não autóctone de uma determinada região. De repente imagino análises de ADN, de registos fósseis e coisas que tais. Mas não sei.

O que julgo saber, é que à conta destas questões a definição daquelas que são as espécies e variedades de árvores autóctones de Portugal continental não é unânime. Ainda assim, creio existir algum consenso em relação às espécies que a seguir indico, mesmo correndo o risco de me enganar.

Já agora, antes de passar à listagem das espécies, uma espécie endémica, ou endemismo, é uma espécie que só existe numa determinada região. Diz-se então que é um endemismo dessa região. Mas será que um endemismo tem de ser autóctone?...

Bom, em baixo fica uma lista de espécies de árvores autóctones de Portugal. É possível que algumas espécies não sejam verdadeiramente autóctones. É também possível que algumas espécies mencionadas contenham simultaneamente variedades autóctones e não autóctones. É certo que a lista não está completa. De qualquer forma dá-nos a ideia da grande variedade de árvores que a nossa floresta teria naturalmente nos tempos em que não existia um único eucalipto.

Para quem quiser saber mais, aconselho por exemplo a página Florestar.net ou o documento "Da semente se faz a árvore".


Abrunheiro-bravo, ameixoeira-brava – prunus spinosa



Amieiro – alnus glutinosa



Avelaneira – corylus avellana



Azereiro – prunus lusitanica



Azevinho – ilex aquifolium



Azinheira – quercus rotundifolia



Borrazeira-preta – salix atrocinerea



Carvalho-alvarinho – quercus robur



Carvalho-de-Monchique – quercus canariensis



Carvalho-negral – quercus pyrenaica



Carvalho-português – quercus faginea



Castanheiro – castanea sativa



Cerejeira-brava, cerdeira – prunus avium



Cerejeira-de-Santa-Lúcia – prunus mahaleb



Choupo-tremedor – populus tremula



Choupo-negro – populus nigra



Freixo – fraxinus angustifolia



Lodão – celtis australis



Lodão-torminal – sorbus torminalis



Loureiro – laurus nobilis



Medronheiro – arbutus unedo



Pado, azereiro-dos-danados – prunus padus



Palmeira-anã – chamaerops humilis



Pereira-brava – pyrus bourgaeana



Periqueiro – pyrus cordata



Pilriteiro – crataegus monogyna



Pinheiro-bravo – pinus pinaster



Pinheiro-manso – pinus pinea



Pinheiro-silvestre – pinus sylvestris



Plátano-bastardo, bordo – acer pseudoplatanus



Salgueiro-branco, vimeiro – salix alba



Sanguinho, amieiro-negro – frangula alnus



Sobreiro – quercus suber



Teixo – taxus baccata



Tramazeira – sorbus aucuparia



Ulmeiro – ulmus minor



Vidoeiro, bétula – betula celtiberica



Zambujeiro – olea europaea variedade sylvestris



Zêlha – acer monspessulanum



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Aromas do desvio...


Que aromas serão esses?... Confesso que achei muita graça a este nome... Fica na estrada do desvio, em Lisboa, construída certamente para desviar alguém do seu caminho...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Vota APU...

A APU - Aliança Povo Unido - foi uma coligação entre o PCP, o MDP/CDE e, na sua fase final, o PEV. Segundo a wikipedia a APU esteve activa entre 1978 e 1987. Assim, qualquer alusão à APU terá provavelmente mais de 26 anos.

Esta pintura está à entrada da minha casa em Lisboa (Azinhaga da Torrinha, nº9). O verde e o vermelho já deram lugar ao preto e ao rosa.


Quem souber de mais pinturas deste tipo, por favor fotografe e envie-me a fotografia, indicando a data e o local onde foi tirada.