segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O estado das nossas florestas...

(imagem retirada daqui)


Antes de mais é preciso definir o que se entende por floresta. Para muitas pessoas, muitas mesmo, uma floresta não é mais do que uma grande quantidade de árvores todas juntas. Nesse sentido, uma plantação de eucaliptos, tal como a apresentada na foto em cima, é uma floresta.

No entanto, penso que é fácil perceber que existem muitas e significativas diferenças entre o uso dado ao solo por uma plantação de eucaliptos e por uma floresta menos humanizada, se assim posso dizer, por exemplo do Gerês, como a apresentada na foto em baixo.


Essas diferenças não têm a ver simplesmente com a maior ou menor beleza que subjectivamente poderemos atribuir a um ou a outro espaço. Também têm a ver com o efeito que estes diferentes tipos de "floresta" têm no solo (na alteração da sua composição, na sua retenção, etc.), na retenção de água, na capacidade de sustentação de outras espécies de seres vivos, na resistência a fogos, etc.

Por falar em fogos, é importante realçar que enquanto um conjunto de eucaliptos é capaz de arder mais facilmente que um conjunto de carvalhos, os eucaliptos são exímios a ultrapassar esses momentos de crise. São plantas pirófitas, que se aproveitam dos episódios de incêndio para conquistarem terreno às demais espécies vegetais.

Infelizmente, em Portugal as florestas que não são simples plantações (tal como os membros dos nossos sucessivos governos entendem as florestas) são minúsculas.

Não me vou alargar nesta análise. Quero apenas referir que foram há pouco tempo tornados públicos os resultados preliminares do 6º Inventário Florestal Nacional (podem ser consultados aqui). Ficamos agora a saber que o eucalipto é a espécie florestal principal.

Deixo-vos apenas algumas imagens (clicar nelas para as ampliar) do referido relatório do 6º IFN, sobre as quais todos deveríamos reflectir. Como disse o João Paulo Guerra, na sua rubrica diária na Antena1, não é a indústria da pasta do papel, mas sim a indústria da pasta e do papel... Muita pasta, sem dúvida!... E uma verdadeira tragédia para quem defende as verdadeiras florestas.

Quem quiser ter uma ideia de por onde andam as nossas espécies autóctones, pode consultar este documento.







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