segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Quando o povo acorda é sempre cedo!...



Soneto do Trabalho, um soneto escrito por José Carlos Ary dos Santos e musicado pelo Fernando Tordo. Faz parte do LP com o título "feito cá p'ra nós" que me ajudou a crescer. Adorava esta música e ainda não sabia o que eram bigornas ou gazuas, que fará compreender o que significa acordar o povo... Lembro-me de imaginar as pessoas a acordarem pela manhã... Porque seria sempre cedo?... :)

É uma das músicas que sei de cor, de coração, e que trago sempre comigo, e ontem reencontrei este soneto esparramado numa das paredes do pavilhão central da Festa do Avante. E é sempre bom encontrar por aí pedaços que também fazem parte da nossa própria história.

Na versão do "feito cá p'ra nós" o soneto é cantado duas vezes e depois apenas a melodia, sem a letra, desvanecendo no que se espera ser um futuro melhor...

Das prensas dos martelos das bigornas
Das foices dos arados das charruas
Das alfaias dos cascos e das dornas
É que nasce a canção que anda nas ruas

Um povo não é livre em águas mornas
Não se abre a liberdade com gazuas
À força do teu braço é que transformas
As fábricas e as terras que são tuas

Abre os olhos e vê, sê vigilante
A reacção não passará diante
Do teu punho fechado contra o medo

Levanta-te meu povo não é tarde
Agora é que o mar canta é que o sol arde
Pois quando o povo acorda é sempre cedo

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A diferença é que hoje seriam computadores, ratos e ecrãs em vez de charruas, arados e alfaias. De resto, infelizmente, parece que acordar só mesmo à chapada!

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