de Mário de Sá-Carneiro:
Oh! A idade venturosa da
infância! Onde há outra mais feliz e mais tranquila, mais sorridente -
isto é, mais egoísta?... Em volta de nós podem suceder as piores
catástrofes. Se elas nos não arrancam nem os brinquedos nem os bolos,
não nos atingem de forma alguma... não as compreendemos sequer...
Quando muito, correm-nos lágrimas vendo chorar as nossas mães. No
entanto, é só ainda vagamente que percebemos a dor humana. Por isso as
nossas lágrimas secam depressa diante dos brinquedos. E se o quadro em
que nos agitamos é risonho, a infância tansforma-se-nos então num jardim
maravilhoso. Para as crianças felizes, só para elas, existe realmente
um céu - o ceú dos seus primeiros anos.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
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