quinta-feira, 10 de julho de 2014
Os ricos, os ricos...
A este monumento da Manuela, se pudesse, Almeida Garrett, numa passagem de "Viagens na minha terra":
"Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? - Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito, já devia andar orçado o número de almas que é preciso vender ao diabo, número de corpos que se tem de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Robert Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro, seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis."
Se fosse eu, diria assim: como é que se faz um rico?... Pega-se num balde de merda... Não, não vou por aí. Vamos antes reduzir tudo a cifras, como os ricos entendem. Um rico faz-se com o suor do rosto?... Vejamos: se uma pessoa trabalhar muito e do seu trabalho honesto conseguir poupar 1000 euros por mês, ao fim de 50 anos de trabalho terá conseguido poupar 600 mil euros. Isso dá uma grande moradia, talvez... Não me parece que seja o suficiente para classificar alguém como rico. Como é que se faz um rico?...
E como é que se desfaz?...
Coitadinhos!...
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