quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Era uma vez um país...

Em 2013, em Almada, acompanhado da minha mãezinha, tive felicidade de poder assistir a isto:



De Miguel Calhaz,

Era uma vez um país

Lá num canto desta velha Europa
era uma vez um país

vivia à beira do mal “prantado”
mas apodrecia na raiz


Reza a história que foi saqueado
mesmo por debaixo do nariz

Triste sina, oh! Que triste fado!
Era uma vez um país

E os mandantes que por lá passavam
eram só ares de “bon vivant”

Viviam à grande e à francesa
como se não houvesse amanhã

E havia quem avisasse o povo
p'ra não dar cavaco a imbecis

Mas caíram na asneira de novo
era uma vez um país

E esta fábula do imaginário
tão próxima do que é real

Canção de maledicente escárnio
à república do bananal


Que se encontrava em tão mau estado
andava a gente tão infeliz

E o polvo já tão infiltrado
era uma vez um país


E lá se vão sucedendo os casos
grita o povo: “agarra que é ladrão!”

Mas passam belos dias à sombra do loureiro
Enquanto o Duarte lima as grades da prisão

E nunca se esgotam os personagens
neste faz de conta que é assim

Raposas com passos de coelho no mato

e até um corta relvas de madeira no jardim

Entre campeões de assalto à vara
e filósofos de pacotilha

Entram nas portas dos submarinos
azeiteiros de oliveira às costas
com o ouro da nação p'ra pôr nas ilhas
Caimão, cai pé, baixa os braços e as calças
e a cabeça e o nariz,

aqui finda esta história
que não tem final feliz
pois
era uma vez um país.

Porreiro, pá!...

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