sábado, 23 de maio de 2020

Everybody's fool...



By Evanescence

Perfect by nature
Icons of self indulgence
Just what we all need
More lies about a world that
Never was and never will be
Have you no shame don't you see me
You know you've got everybody fooled


Look here she comes now
Bow down and stare in wonder
Oh how we love you
No flaws when you're pretending

But now I know she
Never was and never will be
You don't know how you've betrayed me
And somehow you've got everybody fooled


Without the mask where will you hide
Can't find yourself lost in your lie
I know the truth now
I know who you are
And I don't love you anymore
Never was and never will be
You don't know how you've betrayed me
And somehow you have everybody fooled

It never was and never will be
You're not real and you can't save me
Somehow now you're everybody's fool

Economia ou saúde?...



No contexto de pandemia, a aparente necessidade de opção entre reabrir a economia ou proteger a nossa saúde só existe porque a nossa sociedade está estruturada de uma determinada forma.

Porque é justo, pela protecção do meio ambiente, e com a felicidade do maior número de pessoas em vista, devemos pugnar por uma sociedade diferente. Nomeadamente, devemos questionar (1) se mais de tudo é melhor para o nosso bem-estar, (2) se o modo como medimos a actividade económica é apropriado, (3) se a nossa felicidade depende mesmo do consumo de um fluxo constante de inovadores penduricalhos, (4) como é repartida a mais-valia gerada na actividade produtiva, (5) como os ganhos de produtividade das últimas décadas ou séculos são ou não repartidos por todos, (6) como o crédito, e consequentemente a geração de dívida, tem sido apresentado como remédio para todos os males, (7) como esta sociedade insiste em querer dar-nos penduricalhos, mas ao mesmo tempo em privar-nos de tempo, de espaço, de afecto, de cooperação e de auto-realização.

Numa sociedade alternativa, os ganhos de produtividade estão associados a políticas de repartição dos ganhos por todos, as nossas vidas não são medidas em dinheiro, mas sim no modo como contribuem para cuidar de todos nós, e os meios de pagamento que ficam ao dispor de todos não implicam a geração de dívida.

Se houver justiça, não teremos de optar entre economia ou saúde, porque poderemos ter as duas coisas em simultâneo.

Nota: a qualidade do vídeo é o produto do meu conhecimento técnico nesta área e do tempo disponível. Desculpem qualquer coisinha.

terça-feira, 19 de maio de 2020

One billion people can't be wrong!...

Hitler foi eleito.
A bomba libertou.
A mineração escancarou
a solução radioactiva.
A população cresceu.
Não há alternativa.
Portanto fez-se uma guerra.
E outra e mais outra
e continuam a fazer-se mais
Generais da defesa
prémios nobeis da paz.
Mede-se tudo em dinheiro
que ninguém sabe de onde vem
e a população cresce.
O senso comum estabeleceu
a falsidade de Marx
a veracidade dos telejornais
a genialidade de André Rieu
e a integridade de Salazar.
Os ministros das florestas
dedicaram-se às plantações de eucaliptos
e a amazónia abasteceu o fast-food.
A felicidade é viajar
e compensar a pegada de carbono
com caridade.
Os automóveis tornaram-se mais sofisticados
e multiplicaram-se.
Tal como as pessoas
e as estradas.
O planeta aquece
o gelo derrete
o oceano acidifica
e tudo se plastifica.
Cada um tem direito à sua opinião
que vale tanto como qualquer outra
porque afinal a verdade não existe
e eu vi isso no youtube.


Mas

A verdade e a justiça
feliz ou infelizmente
não se estabelecem por votação.

E os argumentos estúpidos
só perpetuam a estupidez.

O egoísmo e o comodismo permitem caminhar
com arrogância e altivez
sobre a estupidez.

Até ao dia em que ela se torna demasiada.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Sangue impetuoso...

De Mário Dionísio:

Sangue impetuoso,
não te submetas nunca!
Ri-te das estreitezas capilares
ou de qualquer compressa para te reter.
Não cedas nunca!

Caminha, corre, salta!

Salta as barreiras por maiores que sejam.
Caminha por mais ásperos que sejam os caminhos.

Corre, salta!

És a vida.
A vida está na tua marcha invulnerável,
na tua rota sem tréguas, nem limites, nem curvas, nem paragens,
na tua cavalgada de horizontes rasgados,
em teu grito selvagem.

Corre, salta!

E se não te cumprires em mim,
não pares ainda, não cedas: corre!
Rasga à punhada as paredes de treva.
Salta e estilhaça os diques, as montanhas!
Salta nas veias dos meus filhos ou meus netos,
mas segue:
por maiores que sejam as barreiras,
por mais ásperos que sejam os caminhos.

Caminha, corre, salta,
- rebeldemente, impetuosamente!