sábado, 23 de maio de 2020

Economia ou saúde?...



No contexto de pandemia, a aparente necessidade de opção entre reabrir a economia ou proteger a nossa saúde só existe porque a nossa sociedade está estruturada de uma determinada forma.

Porque é justo, pela protecção do meio ambiente, e com a felicidade do maior número de pessoas em vista, devemos pugnar por uma sociedade diferente. Nomeadamente, devemos questionar (1) se mais de tudo é melhor para o nosso bem-estar, (2) se o modo como medimos a actividade económica é apropriado, (3) se a nossa felicidade depende mesmo do consumo de um fluxo constante de inovadores penduricalhos, (4) como é repartida a mais-valia gerada na actividade produtiva, (5) como os ganhos de produtividade das últimas décadas ou séculos são ou não repartidos por todos, (6) como o crédito, e consequentemente a geração de dívida, tem sido apresentado como remédio para todos os males, (7) como esta sociedade insiste em querer dar-nos penduricalhos, mas ao mesmo tempo em privar-nos de tempo, de espaço, de afecto, de cooperação e de auto-realização.

Numa sociedade alternativa, os ganhos de produtividade estão associados a políticas de repartição dos ganhos por todos, as nossas vidas não são medidas em dinheiro, mas sim no modo como contribuem para cuidar de todos nós, e os meios de pagamento que ficam ao dispor de todos não implicam a geração de dívida.

Se houver justiça, não teremos de optar entre economia ou saúde, porque poderemos ter as duas coisas em simultâneo.

Nota: a qualidade do vídeo é o produto do meu conhecimento técnico nesta área e do tempo disponível. Desculpem qualquer coisinha.

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