terça-feira, 31 de agosto de 2010

Alguém me ajuda com isto?...

O que é que isto quer dizer?... "Visibilizam" é do verbo "visibilizar"? E "relacionalidades"?... E "oposicionalidades" o que quererá dizer?... Que fará então "oposicionalidades cognitivas (outrora irreversíveis)". Que terríveis tempos esses em que as "oposicionalidades cognitivas" eram irreversíveis!...

HELP!!!

Texto de apresentação da exposição de arte contemporânea no "museu da cidade" em Lisboa, cujo título já deixa antever o que lá vai por dentro: "...and then again..."

"A exposição constrói-se a partir de pressupostos que visibilizam uma das notas mais características da condição vivida na Arte actual: relacionalidades (múltiplas) entre expressões artísticas - seus procedimentos, matérias e técnicas/tecnologias; diferencialidades estéticas - seus "dogmas", intenções, discursos...; transposições epistemológicas - cumplicidades semânticas, oposicionalidades cognitivas (outrora irreversíveis)... "and then again"...

A impressão de uma mão (anónima) na parede de uma caverna é uma singularidade pessoal, intransmissível e matricial - consciencializada a individuação na pré-história. Corresponde, pois, a uma das primeiras decisões de mostrar a singularidade pessoal em termos filogenéticos quanto ontogenéticos: também a criança ensopa a mão em tinta colorida e pressiona a parede que é um papel, afirmando-se única e humana. À dimensão pictogramática a valência mítico-simbólica, a infindável possibilidade de interpretação, as mutações fruídas por "outrem". Este "sinal visual" associado a outros articulava, nos primórdios, uma linguagem universal anterior à escrita: nisto acreditou Almada Negreiros desde Francisco de Holanda... viajando nesse "arco do tempo" desenhado por si em 1921 (para o "Comício dos "Novos" no Chiado Terrasse") e... impresso em obra para ser conhecido por todos. Talvez, por alguma razão fiel, artistas em absoluta maturidade produziram gravura, nela versando a sua sabedoria e experiências inúmeras: o seu poder de síntese, a convergência entre forças intrínsecas de grafias, desenho, pintura e escultura (..."and then again"...). A razão de realizarem gravura nessas fases etárias estará na duração vécue que a vida lhes outorgou em corpo, diversidade e conhecimento quanto criação/produção... Na gravura traz-se o corpo em unidade razão+intuição, pois é duração, repetência, transfiguração e memória, alguns dos conceitos charneira considerando sua extensão e seu corpo vastíssimo - quanto insuspeitos e inesperados."

Bom... a minha interpretação é que este texto é ele próprio arte. Sugiro que em vez de procurar qualquer significado (ou deverei dizer significação, porque conteúdo semântico do que se transfigura, daquilo que emana, do devir subjacente às coisas?) no texto, olhemos para ele de longe, procurando nele figuras geométricas, como quem as procura olhando para as nuvens!... Ou então ajudem-me lá, que eu sozinho não vou lá!

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