quinta-feira, 17 de março de 2011

A luta pós-moderna...



(foto tirada sem autorização daqui)

No dicionário "priberam", disponível online, diz que luta é: combate corpo a corpo, briga, duelo, combate [outra vez?], disputa, controvérsia, esforço, lida. E diz também que partido é: união de muitas pessoas para um determinado fim, grupo de indivíduos partidários de uma causa comum.

No entanto, lá estavam eles, lá estávamos nós, no passado dia 12, num partido apartidário, um partido sem fim, uma aglomeração de mil e uma ideias diferentes e sem controvérsia, uma luta sem disputa, sem esforço, sem inimigo, uma luta sem luta!...

De que servirá?... Servirá para trazer as pessoas para a rua? Servirá para as tornar um pouco menos apáticas? Servirá para as pôr a pensar na vida? Servirá para levantar discussões?... Eu tenho esperança que sirva para isso tudo. Por isso mesmo também lá estive. Tenho esperança que este seja um primeiro passo, um primeiro passo de muitos necessários até chegar a algum lado, que com um passo só pouco se sai do mesmo sítio.

Mas custa-me muito a acreditar que uma luta que se luta apenas enquanto não exigir confronto, enquanto não exigir esforço, uma luta que se luta apenas por prazer, custa-me a acreditar que seja consequente contra este estado de coisas, este estado que está dentro de nós mesmos.


(foto tirada no Porto, junto da Cooperativa Árvore, em Janeiro deste ano)


Dias de Gente

Existe dias que não me sinto gente
Dia quente para enfrentar a enchente,
Dia tumultuado para a solidão,
Dia de presente sem tradição.

Nesses dias desolados
Tudo praticamente são pecados
Infortúnios consequentes do pensamento antissocial,
A culpa egocentral da derrota do ser imortal,
Sofre o desespero da sobrevivência carnal

Dias de luta sem inimigos
Dias de guerra sem atrito
O terror dos dias tranquilos,
A inconsciência da lucidez.
Muito álcool
Pouca embriaguez.

Dias retilíneos
Curva sem destino
Movimento sem ação
Natural como a fome do leão.

Não depende do querer,
Mas, do intimo desejo de poder.
Dias como este nos leva a loucura
Pouco amor e muita ternura
Todos os desejos e nenhuma censura.

Dias de pressão sem temperatura
Dias de vontade sem coragem
Dias insuficientes para a decolagem
Dia da gente ser inconsequente
Sem reflexo
Atos imprudentes.

(de Izabella Ribeiro, retirado daqui)

Sem comentários:

Enviar um comentário