terça-feira, 16 de abril de 2019

Aquecimento...

Depois de ter passado uma semana no continente português com temperaturas claramente abaixo do normal para a época, e depois de ter regressado aos Açores ainda com temperaturas abaixo do normal para a época, e sabendo que essas temperaturas baixas resultam de massas de ar que se deslocam para sudeste e depois num movimento anti-horário em direcção à Grã-Bretanha, a partir da Gronelândia e do Mar de Labrador, ocorreu-me...

O Árctico deve estar a descongelar!!...

Pensamento simples: se há ar frio do Árctico a viajar para latitudes menores, então tem de haver ar de latitudes menores a deslocar-se para o Árctico para o substituir.

Procurei... e para grande tristeza minha, aqui está, o desenho meio feito do mês de Abril com menos gelo no Árctico desde que há registo de semelhante grandeza:

(Retirado daqui. Podem e devem ir consultando e vendo o gráfico a desenhar-se com o passar dos dias)

Só alguém que está longe da realidade do mundo em que vive é que acreditaria que as turbinas eólicas iriam inverter a tendência do aquecimento do planeta.

Aquecimento, e não só! Aparte para realçar que os problemas que afectam os equilíbrios ecológicos são infelizmente muitos mais para além do aquecimento global, e alguns deles simultaneamente mais simples de entender e com mais impacto. Sim, com mais impacto... Porque parece que a grande cena é a subida dos oceanos, mas para um número indeterminado de espécies em florestas tropicais por este planeta fora, por exemplo, a destruição dos seus habitats tem repercussões muitíssimo mais graves e imediatas do que o aquecimento global. Mas enfim... fiquemo-nos pelo aquecimento global como indicador do resto, dos incêndios, dos plásticos nos oceanos, das intoxicações com substâncias perigosas, da estratégias agrícolas que minam a biodiversidade, etc, etc, etc.
  • A população mundial continua a aumentar a um ritmo de quase 200 mil pessoas por dia.
  • O frenesim económico mundial continua a aumentar a ritmos de 3% ao ano (per capita e à paridade de poderes de compra).
  • O número de automóveis continua a aumentar a ritmos semelhantes de 3% ao ano.
  • Os passageiros aéreos têm aumentado a taxas próximas de 7% ao ano.
  • O consumo energético por pessoa no mundo inteiro tem crescido a taxas médias de 1% ao ano.


Claro que sim!!!!... Claro que sim!!... Quem é o lunático que acreditava que ia ser de outra forma?...

É matemático que para inverter a tendência de... faltam-me as palavras... de extorsão?... de esquartejamento?... de chupismo?... para inverter essa tendência no planeta seria necessário promover políticas de:

  • Controlo de natalidade.
  • Decrescimento económico.
  • Diminuição do uso do automóvel e eventual substituição por meios de transporte alternativos que consumam menos energia (não interessa tanto se são eléctricos ou não, o importante é que consumam menos energia).
  • Diminuição das viagens de avião.
  • Diminuição do consumo de energia nas actividades quotidianas (não interessa tanto implementar algumas políticas de aumento de eficiência que só fazem cócegas como desligar as lâmpadas quando não são necessárias, interessa mais políticas do tipo de deixar de tomar banhos quentes todos os dias).
É matemático!

E quantas pessoas vocês conhecem que defendem semelhante conjunto de políticas?... Provavelmente nenhuma.

Enfim... o resto será história.


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