Ainda não ultrapassámos a linha vermelha relativamente ao número de mortos... foi o que acabei de ouvir da boca do presidente da república, rés pouco pública, portuguesa.
Em tempos atribuíram a Staline a frase "uma morte é uma tragédia, um milhão é uma estatística".
Eu não sei se ele disse isso ou não, porque não estive lá para ver e ouvir. Mas sei que as pessoas tendem a copiar-se profusamente, e muitos anos antes de Staline ter nascido já se tinha escrito que "uma morte é uma tragédia, mas um milhão faz um herói".
Se em tempos se idolatravam os maiores sanguinários, hoje, felizmente, começamos a mostrar sinais de maior juízo. É claro que aquela frase é hoje usada como exemplo de um pensamento doentio de alguém insensível à tormenta que causa nos outros.
Quando começou a pandemia, os que falavam de economia pisavam terreno sensível, prontos para comentários do tipo "és um estalinista!" ou "este não é o momento para pensar no dinheiro, as vidas das pessoas estão em risco!".
Agora, volvidos seis meses, tudo é diferente!
Agora até o presidente da república pode ser estalinista e dizer coisas como a que acabei de ouvir, e a contestação, se existe, nem se chega a ouvir.
E isto diz muito sobre o modo como a opinião pública é manipulada.
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