What is wrong with you???
O que é que há de errado convosco?...
Ou serei eu que não estou a ver bem?...
O poder não está igualmente distribuído pelo mundo. Há quem tenha o poder de decidir, lá em casa, qual o canal que será transmitido no televisor, e há quem tenha o poder de lançar mísseis com bombas atómicas sobre quaisquer alvos.
Não seria de esperar outra coisa que não os que detêm maior poder o utilizarem para garantirem a manutenção ou aumento desse poder.
Não há outro modo de agir perante isso do que os que não detêm o poder estarem atentos e unirem-se contra as acções prepotentes dos outros.
Quando um homem, desses como tu e eu, que não detêm qualquer poder especial, se empenha na divulgação ao público de documentos que expõem as operações prepotentes que os mais poderosos levam a cabo sem o nosso conhecimento e que contribuem para agravar o fosso entre quem tem o poder e quem não o tem, é natural que os poderosos fiquem zangados.
Os poderosos ficaram zangados com este homem e prenderam-no.
Mas, gostam os poderosos de apregoar, vivemos em "democracias", em "estados de direito", coisas que deviam significar que nós todos é que mandamos e que a lei é justa, serve para todos, e ninguém está acima, ou abaixo, da lei.
Eles apregoam isso, mas prenderam o homem que divulgou os seus crimes, mesmo que esse homem não tivesse violado qualquer lei. Pelo contrário eles, os criminosos, não só mantiveram todo o seu poder, como se mantiveram em liberdade, como ainda nenhum vislumbre de acusação, formal ou sequer moral, recaiu sobre eles.
Quando um homem é preso antes de ser condenado, é-o para se impedir um mal potencial superior ao mal que é ter alguém preso, mesmo que esse alguém esteja inocente. A prisão preventiva não é uma coisa ligeira, e quem acha que sim devia seriamente parar para pensar melhor. Imaginem que uma comunidade não gosta de uma determinada pessoa. A pessoa é uma pessoa como todas as outras, simplesmente veste-se de maneira estranha e os outros não gostam. Imagine-se que à conta disso o acusam de um determinado crime de que ele não é culpado. Imagine-se que à conta disso o juíz decide prendê-lo preventivamente. Depois, no julgamento, não se consegue provar o crime e ele é libertado. Logo depois, acusam-no de outro crime, e ele volta a ser preso preventivamente. E, se assim fosse, a comunidade poderia prender indefinidamente uma pessoa, mesmo que essa pessoa fosse inocente. Por isso mesmo é que é necessário que haja fortes indícios de crime e que o potencial mal seja muito grande para que alguém seja preso preventivamente.
Esse homem, que se limitou a divulgar publicamente os crimes de outros, foi preso preventivamente. Primeiro, de forma indirecta, uma vez que se exilou numa espécie de enclave, numa embaixada, de onde não podia sair, e aí ficou desde Agosto de 2012 até Abril de 2019, sendo que durante o último ano não teve sequer direito a comunicar com o exterior. Depois foi preso numa prisão de alta segurança.
Desde Abril de 2019 até agora, este homem tem estado preso preventivamente. E apesar de não ter ainda sido condenado de qualquer crime, está em isolamento, sem direito a comunicar com ninguém.
O seu julgamento está a decorrer neste preciso momento. É uma farsa. E ninguém quer saber.
Porquê?...
Os governos estão na mão dos "powers that be" que puxam os cordelinhos que fazem mover esta palhaçada demasiado séria. Isso não é conspiração nenhuma, é algo que é assumido às claras. Afinal, as verdades que esse homem revelou acusam de crimes precisamente esses poderosos, e acusam também automaticamente de cumplicidade todos os outros que se calaram e continuam a calar perante semelhantes atrocidades.
Entretanto os jornalistas estão caladinhos. É vergonhoso, mesmo que seja compreensível. Afinal, um dos documentos revelados por esse homem é o de um vídeo em que tropas norte-americanas abatem jornalistas... Afinal, esse homem é ele mesmo um jornalista. E a mensagem dos poderosos acerca disto não podia ser mais clara: há assuntos em que não podem tocar!
Finalmente, o povinho, do qual eu faço parte, parece que não é capaz de discernir... Deglute sem mastigar o que lhes chega nos "prós e contras" e nos "observador" e nas redes sociais. Fala do que os outros falam. Não se dá conta de quem introduziu o tema, ou porque é que fala sobre isto e não aquilo. Mas fala dos vigaristas, do empate no último domingo, do ciclone... e não fala de tantas outras coisas muitíssimo mais relevantes, como a origem do dinheiro e o poder de quem o controla, ou o caso deste homem inocente que é tratado como um assassino por aqueles que são, eles sim, os assassinos!
É demasiado nojento...
Um povo que permite que o tratem assim, não é um povo sequer, é uma manada!
Portanto se não gostas de fazer parte da manada, faz o mínimo que se exige a um ser humano: deixa lá o ciclone e o futebol, procura saber um pouco mais acerca deste caso de que vos falo, e fala com outras pessoas acerca disso.
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O próximo passo será deixarmos de defender e passarmos a atacar. Vamos nós mesmos consultar os documentos da WikiLeaks. E vamos atacar os verdadeiros criminosos e sentá-los a eles no banco dos réus.
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