Vi este vídeo. De tão rico que é decidi que tinha de o partilhar.
Mas sei, certo e sabido, que a rotina dos ecrãs LCD não permite dedicações muito extensas, e sei, certo e sabido, que os TED-Talks vieram consolidar a métrica padrão para o tempo máximo de atenção.
Portanto, pensei em resumir por escrito o conteúdo do vídeo, registando apenas, de forma sintética, as passagens mais relevantes. Assim, recomecei a ver o vídeo. Ao fim dos primeiros trinta minutos desisti de tirar mais notas. Eram tantas, que concluí: não vale a pena resumir. É mesmo para ver tudo.
Portanto, fica a minha sugestão e a minha vontade: vejam com atenção. Coloquem legendas (ainda que automáticas) em português, se necessário, façam as pausas que se impuserem, mas vejam e ouçam.
Ao contrário dos vídeos que parecem momentos publicitários, onde sempre alguma coisa está a mexer e os locutores parecem falar sem respirar, o discurso deste vídeo é pausado. Como todos os discursos deviam ser, pois só assim se permite que o público pense no que está a ouvir.
Todos os discursos deviam ser dirigidos a pessoas que querem ouvir, e que querem pensar. Talvez por isso, e não por causa da pandemia, este é um discurso literalmente feito para o vazio.
Oxalá tenham vontade de me contrariar.
Se aceitarem a minha sugestão, pensem no quanto as palavras de Chris Hedges se poderiam aplicar directamente à situação que conhecemos aqui no nosso país. O bipartidarismo, o papel que o Estado tem na defesa de determinados interesses, a adesão irracional a movimentos irracionais motivada por sentimentos de alienação, de medo, de ódio, a propaganda incessante dos media, etc.
Por outro lado, aquilo que se passa nos EUA afecta-nos de uma maneira desproporcional. Ouvimos mais música e vemos mais filmes norte-americanos que europeus. O modo norte-americano de fazer negócio e de moldar as economias afecta-nos mais do que qualquer outro. Até as suas palavras nós importamos para o português. Portanto também neste aspecto é importante compreender o que lá se passa.
Acima de tudo, há que entender como é que o sistema em que vivemos foi construído e é mantido. Não se trata agora apenas do sistema económico, mas também do sistema político e do sistema judicial, e o modo como estes sistemas transformam a sociedade e logo o que nos vai na cabeça, transformam o que nos vai na cabeça e logo a sociedade.
Chris Hedges é... Olha, investiguem vocês quem ele é... se isso vos for assim tão importante para avaliar as ideias que ele profere.
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