quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Na luta pela preservação do montado...


Bem contadas, 16 rolhas de garrafas de vinho do Porto e 57 rolhas de vinho normal. Admitindo que bebi isso tudo sozinho (não é verdade, mas compensa o que bebi fora de casa e cujos restos não são contabilizados), sabendo que as garrafas são de 750 ml, que estas rolhas correspondem a 34 meses de consumo, que um copo de vinho leva aí uns 180 ml e que um cálice de Porto leva aí uns 40 ml, isto dá um consumo de um copo de vinho a cada 4 dias e um cálice de Porto a cada 3 dias. É a minha contribuição para o negócio do vinho e da cortiça neste país, negócios que, como todos sabem, pertencem tradicionalmente às pessoas mais coitadinhas da sociedade... Saúde!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Fuga...

De Henrique Prudêncio, uma curta metragem que tive oportunidade de ver num festival em Carnide neste último fim-de-semana: a fuga, "para os que amam":



Os textos são difíceis de perceber, mas creio que as imagens falam por si.

Esta é a curta que encerra uma trilogia cujos dois primeiros episódios eu infelizmente não gosto tanto: a espera, "para os que acreditam", e a procura, "para os que não desistem".

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Ondatrópica...

Não costumo gostar muito destas músicas hiper repetitivas, mas vá, para variar...


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Regresso de Portugal aos mercados, ou a alquimia da tranformação da estupidez em coisa benéfica...

(imagem retirada daqui)

Com o trabalho conjunto e esforçado de jornalistas, analistas, fazedores de opinião, empresários, políticos, economistas, todos os que adoram este sistema económico que temos e ainda os outros que pensam pouco, estamos a conseguir dar um cunho de conhecimento científico - mais do que isso, aliás, algo que toda a gente tem de saber se quer dar a impressão, lá no café da esquina, que anda bem informado, que vê as notícias e que lê os jornais - àquilo que não passa de uma opinião: a de que o recente "regresso de Portugal aos mercados" foi um tremendo sucesso, algo que todos devemos festejar e até algo de que nos devemos sentir orgulhosos - afinal Portugal não é a Grécia!...

Que quem beneficie muito com este sistema económico o defenda, eu compreendo. Não gosto, mas compreendo. Mas que quem sofra com ele todos os dias também vá atrás é algo que me deixa... Se não me deixa doente, deixa-me com pena das pessoas ou com vontade de fugir delas... essas maravilhas da natureza... ou da criação do Senhor.

Vamos então a ver o que aconteceu e juntar a isso alguns factos, não opiniões, mas factos, e depois o leitor poderá, quero eu acreditar, formular a sua própria opinião e com algumas bases mais sólidas.

O Governo de Portugal vendeu títulos de dívida no valor de 2,5 mil milhões de euros a uma taxa de juro média de 4,891%. Desses títulos, 93% foram vendidos a entidades estrangeiras. Tudo isto foi considerado um sucesso. Os pressupostos que subjazem a esse juízo de valor são os seguintes: quanto maior for a apetência dos estrangeiros pela nossa dívida melhor, e portanto quanto mais dívida for vendida melhor, quanto menor for a taxa de juro melhor, quanto maior for a proporção de dívida vendida ao estrangeiro melhor.

Em termos excessivamente simples a causa imediata da crise da dívida do Estado português foi a subida das respectivas taxas de juro. Nesse sentido, é evidente que uma descida do valor das taxas de juro é benéfica. No entanto, isso só é verdadeiramente assim se admitirmos que todo o sistema económico, político e financeiro que está por trás disto tudo é imutável.

O sistema económico que temos é um que aceita como perfeitamente legítimos os rendimentos do capital. Ou seja, considera-se que é tão legítimo um rendimento proveniente do trabalho de uma pessoa como o rendimento proveniente de um depósito bancário que essa pessoa tenha feito. Além disso, no nosso sistema capitalista considera-se que o dinheiro é o motor da economia, mais do que os produtos reais e mais do que as pessoas e o seu trabalho. Isso serve de justificação para que o dinheiro, o capital, e todos os seus rendimentos (lucros, juros e rendas) fiquem sujeitos a taxas de imposto menores do que as taxas de imposto que são aplicadas aos rendimentos do trabalho.

O sistema político que temos é um sistema eleitoralista e populista, que não possui entraves legais ao endividamento do Estado e não responsabiliza os políticos responsáveis pelo aumento desse endividamento. Resumindo as coisas, é um sistema pouco transparente onde os políticos eleitos gastam dinheiro público a seu bel-prazer, os cidadãos ficam felizes com a ponta do iceberg das despesas efectuadas, materializada em rotundas, estádios e afins, e os políticos ficam impunes quando depois se descobre o buraco financeiro.

O sistema financeiro que temos permite que as taxas de juro flutuem livremente ao sabor de uma coisa aparentemente misteriosa e omnipotente chamada mercado, que não é mais do que os interesses de quem tem mais dinheiro, conduzidos por instituições não democráticas, orientadas por interesses obscuros, chamadas agências de notação ou de "rating".

O actual estado destes três sistemas não resulta de mandamentos de Deus. Antes resulta de um grande conjunto de leis que foram elaboradas e aprovadas, em grande medida à revelia do conhecimento ou dos interesses das respectivas populações, ao longo das últimas décadas em Portugal, na Europa e um pouco por todo o mundo. Não foi fácil para os interesses dos mais ricos conseguir instituir este regime, mas conseguiram-no.

Ora, no actual regime, é natural que os políticos se endividem brutalmente. Qualquer pequena subida das taxas de juro, motivada por qualquer interesse obscuro de uma qualquer agência de notação, pode desencadear uma crise da dívida soberana. Foi o que aconteceu com Portugal, com a Grécia, com a Irlanda... Mas é também o que vai acontecendo nos Estados Unidos, na Itália e até na própria Alemanha.

Aclamar o "regresso de Portugal aos mercados" é, portanto, ignorar estas causas mais profundas, de tal modo que todo o sistema possa permanecer inalterado, mantendo as suas características mais plutocráticas (o poder ao dinheiro) do que democráticas (o poder às pessoas) e mantendo os rendimentos de capital chorudos para quem mais tem, e não evitando que situações semelhantes possam voltar a acontecer no futuro.

Mas há mais.

Apesar deste sistema ter sido construído a punho, admitamos por um momento que ele é inalterável, como os tais jornalistas e economistas e políticos nos querem fazer crer. Esta recente emissão de títulos de dívida pública portuguesa continua a ser muito má. Senão vejamos.

Logo à partida, a emissão de mais títulos de dívida pública significa que a dívida pública portuguesa está a aumentar. Ora, o que seria positivo seria diminuir o valor da dívida, não aumentá-lo ainda mais! É que um aumento do valor da dívida não implica apenas a obrigação legal (as leis são instrumentos nas mãos de alguns, mas enfim) de a pagar no futuro, mas implica também a existência de juros. Mais dívida significa portanto que mais dinheiro nos irá ser sacado em impostos para pagar juros aos omnipotentes credores (lembremo-nos que numa plutocracia o poder pertence às pessoas na proporção do dinheiro que possuem).

Depois, uma taxa de juro de 4,9% continua a ser um valor exorbitante. Se alguém tem qualquer ponta de dúvida acerca da completa impossibilidade de pagar a dívida pública com valores de taxas de juro desta ordem por favor leia o texto que publiquei aqui neste blogue no passado.

Para existir qualquer possibilidade de pagamento integral da dívida em algumas décadas (pelo menos até ao resto das nossas vidas, vá...) seria necessário possuir taxas de juro inferiores à taxa de crescimento do PIB. Ora o nosso PIB não está a crescer, mas a decrescer. Precisávamos, portanto, de taxas de juro negativas!... Esta taxa continua a ser uma exorbitância e mantém a impossibilidade de pagamento da dívida pública.

Finalmente, vem a cereja no topo do bolo: a questão da maioria dos títulos terem sido vendidos a entidades estrangeiras. O juro que resulta e resultará destas vendas de títulos da dívida é dinheiro que nos é cobrado através de impostos (muito mal distribuídos, mas enfim) que é pago aos credores, isto é, às pessoas que compraram títulos e dessa forma emprestaram o seu dinheiro ao Estado português. Com o nosso actual sistema fiscal, isso significa que estamos a tirar dinheiro à população que menos dinheiro tem e estamos a dá-lo à população que mais dinheiro tem e que, por isso mesmo, o empresta ao Estado português. Chamando os bois pelos nomes, o juro da dívida pública portuguesa é uma transferência de dinheiro dos mais pobres para os mais ricos.

Agora vamos imaginar que os ricos até são uns tipos simpáticos, e ao receberem grandes maquias em juros gastam um pouco desse dinheiro na comunidade onde se inserem. Vamos imaginar, mesmo que seja difícil, que pagam impostos nessa comunidade, que criam empresas nessa comunidade, que fazem donativos a instituições de reconhecido interesse social. Agora respondam-me por favor: o que é que seria mais vantajoso para nós, ou menos prejudicial, pagar enormes quantias de juros a entidades nacionais ou a entidades estrangeiras?...

O que é que significa então, neste contexto, o tão aclamado "regresso de Portugal aos mercados"? Significa o seguinte:
  1. Que todas as causas primárias do sistema que temos, que são completamente injustas e não democráticas, são ignoradas e continuarão inalteradas, prontas a gerar novas crises no futuro;
  2. Que a enorme transferência de dinheiro da população mais pobre para a população mais rica vai prosseguir e vai continuar a ser encarada com toda a legitimidade e até como algo mais importante do que os próprios salários das pessoas que trabalham;
  3. Que os juros que pagamos pela dívida pública vão continuar a ser superiores à taxa de crescimento do PIB e que, portanto, confirmarão a impossibilidade de pagamento da dívida e o completo afundamento das contas públicas;
  4. Que a perpetuação da crise das contas públicas continuará a servir de justificação, por parte dos políticos, economistas, empresários, jornalistas, fazedores de opinião e analistas do costume, para o desmantelamento do Estado Social;
  5. Que se irão perpetuar as enormes transferências de capital para o estrangeiro, sem quaisquer perspectivas de reinvestimento futuro desse capital no nosso país.
Ao modo como toda esta enorme estupidez consegue ser transformada em algo muito positivo por toda essa gente que já atrás referi eu só tenho a dizer o seguinte: é brilhante!...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Bolo inglês...

Nesta quadra natalícia, que dura sempre desde o natal passado até ao próximo, fica sempre bem um bolo inglês. Bom, esta receita vem da minha mãe, e certamente de alguém antes dela com uma qualquer ascendência britânica. As suas origens perdem-se no tempo, portanto. Toda a gente desse lado da minha família chama a isto "christmas cake". Se se fizer uma pesquisa na net por "christmas cake" encontra-se muita coisa diferente, incluindo coisas como a que mostro na foto em cima. Esse é muito aproximadamente o aspecto final que o bolo deve ter. Depois pode ser coberto com o que bem se entender. Eu gosto dele assim mesmo.

De qualquer modo, aquilo a que nós aqui chamamos bolo inglês tem este aspecto:
Para mim, este tipo de bolo inglês que se encontra amiúde à venda nas pastelarias é uma tremenda porcaria. Não só não tem nada a ver com o que aqui apresento, como sinceramente nem gosto muito dele. E para eu não gostar de comida é preciso que seja mesmo manhosa!...

Receita de bolo inglês

Ingredientes:

200 g de noz
200 g de laranja cristalizada
200 g de cereja cristalizada
200 g de amêndoa
200 g de sultanas

2 chávenas de água
2 chávenas de açúcar (ou menos)
1/2 chávena de manteiga
4 chávenas de farinha sem fermento
2 ovos
2 colheres de chá de bicarbonato de sódio
2 colheres de chá de mixed spice*
2 colheres de sopa de brandy (ou mais)
uma pitada de sal

Método:

1

Numa panela ferver em lume brando durante 15 minutos os frutos secos e cristalizados com a água, o açúcar e a manteiga. De preferência deixar repousar durante um dia.

2

Bater os ovos, adicionar o brandy, adicionar a mistura anterior, adicionar os ingredientes secos peneirados (sal, fermento, farinha, mixed spice)

3

Levar ao forno numa forma só, para que o bolo fique alto, a 165ºC (150ºC se for com ventilação), e cozer durante 3 horas.

* Mixed spice:
80% pimenta da jamaica
20% noz moscada, cravinho, gengibre, canela
(tudo em pó)

Depois de já ter feito várias vezes este bolo com sucesso, a última tentativa não correu nada bem. Com um velho amigo lá para os lados de Braga e na altura do natal, nós conseguimos estragar os ingredientes todos. O que fizemos de errado? Bom, eu tive a brilhante ideia de fazer a equivalência "4 chávenas de farinha = 1 kg de farinha", quando na verdade se medirmos 4 chávenas de farinha e depois pesarmos vamos descobrir um peso mais perto de meio quilo! Além disso a massa do bolo foi dividida em duas formas e cozido em excesso. Enfim, ficou próximo de pedra. Eu ainda comi uma parte, mas... De qualquer forma, a tentativa de separação em duas formas não é recomendada, mesmo que se coza a menor temperatura e/ou menos tempo, uma vez que altera a consistência do bolo.

Este bolo é tradicionalmente feito com vários meses de antecedência sobre o natal. Há quem defenda que o sabor melhora à medida que envelhece. Para que isso possa acontecer é preciso armazená-lo convenientemente.

Armazenamento:
Embeber um pano de algodão fino (morim) em brandy e envolver o bolo. Envolver em folha de alumínio. Envolver em película aderente de forma a ficar estanque. Guardar em local frio e seco.

Deste modo o bolo aguenta bem mais de um ano. Se se quiser aumentar o período de armazenamento e aumentar o teor alcoólico do bolo pode-se injectar um pouco de brandy de vez em quando.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Agostinho da Silva - Sobre o ensino, a cultura, o trabalho...



Na sequência da outra entrada que aqui publiquei, aqui vão mais algumas ideias do Agostinho da Silva:

aspas

Eu propunha que toda a gente que quisesse entrar numa universidade e que tivesse feito um curso secundário entrasse na universidade.

Eu acho que meter leis de mercado juntamente com a cultura é inteiramente absurdo.

O que é preciso é haver lugares suficientes para que as pessoas que querem ter uma cultura universitária tenham uma cultura universitária.

[Sobre o não haver lugares universitários para todos] se houvesse uma guerra com Portugal, arranjavam-se academias militares rápidas, para formar oficiais milicianos, demoravam três ou quatro meses em lugar de demorar quatro ou cinco anos, nas academias militares autênticas, e morrem tão bem como quaisquer outros.

Quem souber mais que o aluno está logo em cultura universitária em comparação com o aluno.

O que é preciso é arranjar os lugares onde se ensine, a pessoa que ensine, e há muita gente que sem ser um alto professor de universidade pode dar as primeiras noções de todas aquelas matérias. E depois se a pessoa lá dentro da universidade não satisfaz, é fácil, não frequenta mais a universidade. Mas ninguém se desilude. E não é essa coisa terrível de haver milhares de jovens que chegam ao 12º ano, possivelmente com grande capacidade de entrarem na universidade, e ficam quê?... fazendo o quê?... A única vantagem deles é darem depois emprego aos psicólogos.

Eu abria inscrição para mulheres que queriam aprender a fazer os seus vestuários, a fazer vestuário para os maridos, que eram muito pobres e não os podiam comprar, e por exemplo a adaptar o vestuário de pessoas já grandes para meninos e meninas que se queriam vestir, aprender a bordar, aprender a pintar, aprender a cozinhar... isso é cultura. Os poetas, os artistas, os pintores, etc. lá se arranjavam de qualquer maneira. Mas aquela gente não... Ou terem uma casa decente como deviam ter... A cultura para mim não é pintar quadros ou saber poesia ou fazer matemática. Também é cultura. Mas tem que se fazer essa cultura em cima da outra, de pessoas que consigam aprender aquilo que querem aprender.

Eu começava por dar tudo aquilo que é um alicerce e um degrau para a cultura. A cultura começa por todas as pessoas poderem comer o que devem comer, e começa por terem uma casa como devem ter uma casa, e por terem o vestuário que querem. E depois é que começam a ter interesses culturais. Ponho aqui agora cultura como o saber. Primeiro, eu acho que para toda a gente o que é necessário num país é haver os três esses: esse número um, sustento; esse número dois, saber; esse número três, saúde. Então vamos começar pelo sustento. Primeiro degrau das coisas. E em seguida as pessoas dizem: qual é o seu interesse em saber, o que é que querem aprender. E eu digo isso para grandes e para pequenos, notando-se, que como nós estamos ainda na tal guerra e precisamos de ter soldados produtores (cada um de nós é apenas um soldado produtor disto ou daquilo: em lugar de escolhermos artilharia ou cavalaria escolhemos filosofia ou matemática, por exemplo), então, como é isso, é preciso que a escola por enquanto seja uma escola mista: uma escola que seja uma academia militar, digamos assim, para que cada pessoa aprenda uma profissão, aprenda a sua arma; e por outro lado um ensino que faça o possível por já contemplar aqueles que serão reformados, aqueles que vão ser os poetas à solta, dar-lhes meios de pressão.

Um homem pode aprender ortografia ou aritmética ou lá o que seja e ao mesmo tempo, já prevenindo-se para o caso de nunca mais ter emprego, saber pintar, saber fotografar, saber dançar, saber, se for preciso, ser vadio. O que só vale a pena ser vadio quando se contempla o mundo e se percebe o mundo.

Não se trata de profissão, trata-se de arte e trata-se de criação [referindo-se à fotografia, pintura, dança, etc.]. O homem não nasce para trabalhar. O homem nasce para criar, para ser o tal poeta à solta.

O objectivo da nossa vida no mundo é haver essa reforma para toda a gente, mas evitando o que acontece a grande parte dos reformados que, porque só aprenderam a trabalhar enquanto (?) educá-los, só aprenderam a trabalhar, ficam muito tristes porque não têm trabalho e morrem rapidamente... Não sabem fazer mais nada, só trabalhar...

aspas

E agora acrescento eu que o que é preciso é que as pessoas:
  1. Queiram ter uma cultura universitária;
  2. Compreendam que o dinheiro e a possibilidade de concretização não são a mesma coisa;
  3. Saibam hierarquizar os diversos tipos de conhecimento de acordo com as prioridades que as circunstâncias ditam relativamente aos respectivos fins;
  4. Queiram desenvolver em si e aplicar todos os tipos de conhecimento... e voltamos ao 1.

As companhias do Coelho...


Foto de Luís Carregã publicada neste último sábado no diário "As Beiras".

O que isto significa, é algo que deixo à vossa consideração...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Finalmente!...

O momento mais importante nos últimos tempos da minha vida:


Finalmente consegui vencer nas copas com 0 pontos!...
:)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Agostinho da Silva - Sobre a educação e a economia competitiva...

Em 1990 a RTP transmitiu uma série de pequenos episódios chamada "Conversas Vadias", nas quais Agostinho da Silva respondia a questões de diversos entrevistadores (um diferente em cada programa). No programa que se segue, ele responde às questões da Maria Elisa. O Agostinho da Silva morreu em 1994. A Maria Elisa continua no activo.

No currículo de Maria Elisa incluem-se várias pérolas deprimentes, entre as quais o ter promovido um concurso televisivo chamado "os grandes portugueses", que serviu para elucidar os portugueses de que o maior português de todos os tempos foi afinal Salazar. Note-se que em simultâneo foi realizada uma sondagem que indicava, em total discordância com o resultado do concurso, que de entre a lista de finalistas os portugueses seleccionavam Dom Afonso Henriques em primeiro lugar, seguido de Camões e do Infante Dom Henrique. Por aqui se pode avaliar o carácter instrutivo do programa que tantas vezes a Maria Elisa mencionou.

O vídeo que aqui vos deixo é muito interessante pelo modo como o Agostinho da Silva põe em causa a economia competitiva, essa coisa que está no cerne da organização da nossa sociedade e também das nossas personalidades.

A Maria Elisa dizia na altura que tentava convencer desesperadamente o seu filho a ser um bom aluno, caso contrário não entraria para a universidade e teria muito menos hipóteses de arranjar um trabalho interessante. Saliente-se esta ideia, que é aliás muito vulgar nas cabeças de todos nós: estudar é importante para poder arranjar um trabalho interessante. Interessante quer dizer, acima de tudo, bem pago. Estudar é importante para arranjar dinheiro. E isso é o mais importante, claro!...

Pergunta-lhe ela então "como é que nós havemos de ajudar os nossos filhos a viver num mundo altamente competitivo se eles começarem por contestar completamente a escola e tiverem más notas?".

Ao que ele responde, a meu ver de forma exemplar "o problema está no mundo competitivo e não nos meninos. Nós o que temos é que pensar se o mundo competitivo tem que continuar assim ou se tem jeito de ser de outro modo".

No resto da entrevista podemos testemunhar o desentendimento entre alguém que tem a cabeça num quadrado e alguém que é um pouco mais livre.



Há nisto uma ideia que é muito cara e que no futuro irei desenvolver: o de que as máquinas substituem o homem, que isso cria desemprego, e que isso é bom. Não, não é só o Agostinho da Silva que está com os pirolitos avariados!...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Peneda - Passeio de fim-de-ano 2012...

Clicar para ver as fotos.


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A legitimidade dos rendimentos do capital e o OE2013...

No programa diário da Antena 1 chamado Conselho Superior a "euro-deputada" Ana Gomes, do Partido Socialista, costuma deixar algumas opiniões pessoais. Esta última, emitida ontem, achei que valia a pena.

Clique para Ouvir.

Esta questão bicuda não pode ser colocada de forma mais simples. Uma pessoa obtém um rendimento trabalhando. Outra pessoa obtém o mesmo rendimento jogando na bolsa, ou com um depósito bancário ou da renda de um imóvel herdado. A pessoa que trabalha paga mais de imposto do que a segunda. Qual é a lógica disto, minha gente?...

Já Marx dizia...

Quem é que permitiu que a nossa economia e a nossa sociedade fosse construída com regras que protegem sempre os mais ricos?... A resposta é simples: os mais pobres. Eu sou um pobre que não quer nada disto. E ainda tenho esperança que um dia os outros pobres acordem.

Porque...

De Sophia de Mello Breyner Andresen:


Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

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E da Sophia apetece sempre aquele outro poema:

Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.

O meu obrigado, semelhante ao do Zé Mario Branco.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Stealing Africa - Um documentário para abrir os olhos...

Ninguém enriquece à custa do seu trabalho. Só há uma forma de enriquecer: roubando.

O que é roubar? Roubar não é apenas tirar a carteira a outro recorrendo a violência física. Roubamos sempre que nos apropriamos indevidamente de algo que qualquer sentido de justiça diria ser pertença de outros ou de todos. Cá dentro, todos sabemos bem o que é roubar. Roubar é fazer bons negócios.

Sempre que fazemos um bom negócio apropriamo-nos indevidamente de algo que o nosso sentido de justiça mais primário nos diz ser pertença de outros. Nesse momento regozijamos e sentimo-nos superiores por sermos tão espertos. E ser esperto é sempre o mais importante, muito mais importante do que a maçada de ser um grande filho da p...

Na história antiga, vingavam e idolatravam-se os sanguinários. Na história recente, vingam e idolatram-se os que fazem bons negócios.

Na Suíça fazem-se muitos bons negócios. Mas há mais países ricos para além da Suíça. Todos queríamos ser ricos como eles, não é?... Como a Noruega, por exemplo. A Noruega... sempre muito limpinha, não é?... Mesmo fazendo dinheiro com o petróleo... Mas esperem até ao final do documentário e já verão. É mesmo no final. Uma simples frase.

Só uma pergunta inocente: quantos aparelhos com cobre você possui? Eu ajudo: conte esquentadores, caldeiras, computadores, telemóveis, varinhas mágicas, televisores, enfim, tudo o que é electrónico e ainda mais.

E sim, isso torna-nos cúmplices. Tal como possuir papagaios em casa nos torna cúmplices do seu desaparecimento nas florestas equatoriais.



É um bom documentário para ajudar a abrir os olhos, mas há muito mais para além dele. Na verdade, neste documentário assistimos às preocupações do vice-presidente da Zâmbia com o desemprego naquele país. E ele não sabe como criar mais empregos. Pois. Tudo isso faz sentido no âmbito de um sistema económico capitalista.

Um sistema económico com uma participação mais forte do Estado não teria tanta dificuldade em criar empregos. Seria o próprio Estado a criá-los. E, no entanto, seria muito provavelmente ainda um sistema capitalista.

A questão não é a da criação de emprego. A questão não é a da distribuição do trabalho. A questão é a da distribuição do fruto do trabalho. E isso são coisas distintas.

De resto, o documentário dá-nos a entender que tudo estaria bem se a Zâmbia ficasse com uma parte maior do rendimento que resulta da exploração dos seus recursos. No entanto, a questão que devemos colocar não é essa, mas sim como conseguir um elevado nível de bem estar para todos no planeta com um consumo menor de recursos. E quando digo menor, digo preferencialmente inexistente.

Abrir os olhos não é simples...

A certa altura diz-se assim: "we in the western countries have created the mechanisms by which this money flows and it flows into our own coffers".

Haverá aqui alguma relação com o que se passa actualmente em Portugal?...

Os donativos, a concorrência e a dependência...

Tenho reparado, neste momento de crise, como toda a gente anda à míngua de dinheiro, e como a ajuda mais apreciada se torna precisamente o dinheiro. Apesar de parecer normal, eu não posso deixar de achar isso muito curioso. É que eu, para além do dinheiro que vou tendo para me aguentar a mim mesmo, pouco ou nenhum dinheiro tenho para facultar a terceiros. E, no entanto, não raras vezes gostaria de poder ser mais útil a determinadas instituições que me parecem fazer um trabalho muito bom em prol de coisas que considero boas. Só que o que essas instituições precisam é de pagar ao seu pessoal. Ou então precisam de adquirir um projector, ou fazer umas molduras xpto, ou precisam de comprar detergente ou... E no meio destas coisas todas que elas precisam de adquirir, eu fico parvo como é possível que eu não possa ser útil em nada!...

Mas depois penso mais um pouco e concluo que eu também preciso de dinheiro para sobreviver. E se não o tivesse, que ajuda é que os outros me poderiam dar? Poderiam certamente dar-me de comer. Ou roupa usada para vestir. Ou arranjar-me um sítio para dormir. Mas, para me dar de comer precisariam eles próprios de adquirir produtos. E para me dar roupa usada precisariam de comprar roupa nova para si próprios. E para me darem um sítio onde dormir talvez precisassem eles mesmos de ajuda a pagar o empréstimo da casa ou a renda.

E se eu precisasse de ajuda para um pouco mais do que a simples subsistência?... Precisaria de ajuda para me deslocar de um lado para o outro, ou para arranjar medicamentos, ou para ter algo que me aqueça nas noites frias, ou... Tudo parece resumir-se a dinheiro. E, bastante mais grave, parece ser muito difícil ultrapassar estas necessidades sem dinheiro.

De repente parece que somos todos uma cambada de incapazes, que não somos capazes de fazer nada de útil por nós mesmos, sobretudo as coisas mais básicas, não somos capazes de assegurar a nós mesmos uma existência digna! Mas... porque será assim?...

Eu arrisco a dizer que isto é assim porque nós sempre fomos atraídos pelo bem-bom de poder ter o bolo e comê-lo ao mesmo tempo. Fizeram-nos acreditar que a concorrência era boa para nós porque era boa para a economia, e porque o que era bom para a economia era bom para nós. Suámos as estopinhas para nos mantermos actualizados no nosso posto de trabalho, à medida que a empresa ia crescendo e vendendo para mercados mais longínquos e adquirindo outras empresas mais pequenas. Até ao dia em que outro nos passou à frente lá na nossa empresa, e outra empresa passou à frente dessa.

Quando acordámos, tínhamos um mundo pejado de altíssima tecnologia, mais de metade dela feita em países orientais. E nós a insistirmos, nas nossas cabecinhas, que os chineses fazem tudo mal feito... Contribuímos para criar uma sociedade de consumidores dependentes de produtos que não somos capazes de compreender ou reproduzir.

Depois, quando nos vimos no desemprego, pensámos que poderíamos fazer o nosso negócio. Poderíamos produzir as nossas próprias couves e vender algumas no mercado. E então constatámos que as couves no mercado eram tão baratas que não poderíamos sobreviver assim. Aliás, tão baratas que nos sairia mais caro produzirmos as nossas próprias couves do que comprá-las no mercado. Depois a nossa máquina-de-lavar avariou. Quisemos mandá-la arranjar, mas descobrimos que saía mais caro do que comprar uma nova. Quisemos então consertá-la nós mesmos, e descobrimos que ainda assim saía mais caro do que comprar uma nova.

Pedimos então ajuda aos amigos e familiares. E todos vieram para nos ajudar. Mas quando perceberam qual era o problema, foram unânimes em dizer que era melhor comprar uma nova na loja do chinês.

Convencemo-nos disso mesmo, e deixámos de pedir a ajuda que pedíamos. Passámos a pedir dinheiro.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Arrábida...

Um documentário que vale mesmo a pena ver. Infelizmente quem vê apenas documentários deste tipo fica com a impressão que as paisagens naturais são sítios cheios de animação, e depois corre o risco de se desiludir. Documentários deste tipo são colecções de tesouros. De cada vez que passeamos em paisagens deste tipo e encontramos um tesouro, ganhamos o dia.


Uns vão bem outros mal

De Fausto Bordalo Dias, álbum Madrugada dos Trapeiros, de 1977, infelizmente ainda muito actual:




Senhoras e meus senhores, façam roda por favor
Senhoras e meus senhores, façam roda por favor, cada um com o seu par
Aqui não há desamores, se é tudo trabalhador o baile vai começar
Senhoras e meus senhores, batam certos os pézinhos, como bate este tambor
Não queremos cá opressores, se estivermos bem juntinhos, vai-se embora o mandador
Vai-se embora o mandador

Faz lá como tu quiseres, faz lá como tu quiseres, faz lá como tu quiseres
Folha seca cai ao chão, folha seca cai ao chão
Eu não quero o que tu queres, eu não quero o que tu queres, eu não quero o que tu queres,
Que eu sou doutra condição, que eu sou doutra condição

De velhas casas vazias, palácios abandonados, os pobres fizeram lares
Mas agora todos os dias, os polícias bem armados desocupam os andares
Para que servem essas casas, a não ser para o senhorio viver da especulação
Quem governa faz tábua rasa, mas lamenta com fastio a crise da habitação
E assim se faz Portugal, uns vão bem e outros mal

Faz lá como tu quiseres, faz lá como tu quiseres, faz lá como tu quiseres
Folha seca cai ao chão, folha seca cai ao chão
Eu não quero o que tu queres, eu não quero o que tu queres, eu não quero o que tu queres,
Que eu sou doutra condição, que eu sou doutra condição

Tanta gente sem trabalho, não tem pão nem tem sardinha e nem tem onde morar
Do frio faz agasalho, que a gente está tão magrinha da fome que anda a rapar
O governo dá solução, manda os pobres emigrar, e os emigrantes que regressaram
Mas com tanto desemprego, os ricos podem voltar porque nunca trabalharam
E assim se faz Portugal, uns vão bem e outros mal

Faz lá como tu quiseres, faz lá como tu quiseres, faz lá como tu quiseres
Folha seca cai ao chão, folha seca cai ao chão
Eu não quero o que tu queres, eu não quero o que tu queres, eu não quero o que tu queres,
Que eu sou doutra condição, que eu sou doutra condição

E como pode outro alguém, tendo interesses tão diferentes, governar trabalhadores
Se aquele que vive bem, vivendo dos seus serventes, tem diferentes valores
Não nos venham com cantigas, não cantamos para esquecer, nós cantamos para lembrar
Que só muda esta vida, quando tiver o poder o que vive a trabalhar
Segura bem o teu par, que o baile vai terminar

Faz lá como tu quiseres, faz lá como tu quiseres, faz lá como tu quiseres
Folha seca cai ao chão, folha seca cai ao chão
Eu não quero o que tu queres, eu não quero o que tu queres, eu não quero o que tu queres,
Que eu sou doutra condição, que eu sou doutra condição

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Borboleta-monarca...

Um pequeno documentário que eu fui ver noutro dia no borboletário do Museu Nacional de História Natural em Lisboa. Fui ver mas não vi, porque cheguei depois da hora. Os seus autores resolveram partilhar o filme com o público e comigo e agora também eu o promovo. Para ver ao vivo as borboletas, as crisálidas ou a asclepias fruticosa há que ir ao Algarve, ao México, ou ao borboletário em Lisboa!



E para quem quiser, fica ainda o link para um pequeno documentário sobre a borboleta de cauda de andorinha, cuja lagarta se alimenta de arruda, cruzes credo!, que cheira mal comócarago, como se diz na minha terra!

O progresso...

(texto escrito no início de Dezembro de 2012)

Numa recente incursão pelo Museu Nacional de História Natural (MNHN) em Lisboa deparei-me com um panfleto que divulgava a “vigésima sexta feira internacional de minerais, gemas e fósseis” que aí se realizará nos próximos dias 6 a 9 de Dezembro. O pequeno panfleto incluía um texto que dizia o seguinte:

“Os minerais dos fundos marinhos são uma das grandes sensações da ciência na actualidade. A Humanidade vira-se para os fundos marinhos, na esperança de que estes contribuam para eliminar, ou minorar, as situações de escassez de fornecimento que se verificam para muitos recursos naturais.”

O texto prosseguia então com exemplos de minerais descobertos nos fundos marinhos e, referindo que Portugal possui um mar muito vasto, concluía assim:

“Por agora a XXVI Feira constitui-se como mensageira, não só da exposição, mas também de uma das maiores esperanças de progresso e bem-estar para o nosso país.”

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E é isto, nada de novo no Oeste.

A humanidade vira-se para os fundos marinhos?... Estará a afundar?... Ou serão os fundos marinhos mais confortáveis que os sofás ou os passeios à beira mar, na floresta ou no shopping?...

Nada disso. A humanidade está simplesmente a fazer o que sempre tem feito: estraçalhar a Terra inteira à procura do que considera mais valioso. A corrida ao ouro faz-se onde o ouro existir, seja lá onde isso for. Calha desta nova corrida a estes novos ouros ser no fundo do mar.

E acrescenta-se, numa visão profundamente triste, que aí reside uma das maiores esperanças de progresso e bem-estar do nosso país.

Houve um tempo em que ninguém pensava, pelo menos de forma organizada, na ideia de progresso. Vivia-se, simplesmente. Os anos passavam, cada um muito parecido com o anterior. As vidas passavam-se, cada uma muito parecida com a anterior. Mas depois veio de lá esta ideia, e esta sim muito peregrina, de que o progresso é fundamental. Sem progresso é impossível estarmos bem, é impossível sermos felizes.

Para quem está mal, melhorar as respectivas aflições é importante e urgente, e transmite uma ideia de avanço, a tal ideia de progresso. Mas para quem está bem, o progresso corresponde a quê?... A ficar ainda melhor?... E isso será assim tão indispensável à sua felicidade?...

Confunde-se assim um meio com um fim, e o progresso deixa de ser uma evolução no sentido de melhorar o que está mal, para ser um fim em si mesmo.

Acreditamos, neste século XXI de cabeças bem lavadinhas, que uma estagnação do produto é uma desgraça. O que temos nunca nos chega. Precisamos de mais coisas e sobretudo precisamos de mais dinheiro. O facto de uns terem muito e outros terem muito pouco, além de ser considerado natural, é resolúvel apenas com mais coisas, porque uma distribuição mais equitativa está sempre fora dos planos. Nunca nos chega.

Estraçalhámos o planeta em busca da felicidade perdida. Fizemo-lo desde as primeiras civilizações. Encontrámos ouro, canela, marfim, diamantes e petróleo. Encontrámos forma de dar ainda mais poder a quem já mais o tinha. Construímos impérios e fizemos guerras muitas à conta disso. Só nunca encontrámos forma de ultrapassar o problema da ganância dos homens e de ultrapassar os problemas de quem tem menos poder.

Hoje, em 2012, revelamos que não aprendemos nada com a História, insistimos que precisamos deste mesmo tipo de progresso, e insistimos que o nosso bem-estar está escondido no fundo do mar. E, claro está, continuaremos a estraçalhar o planeta.


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Enquanto tu ficares na tua...

...eles ficam na deles. No 15 de Setembro do ano passado, mas não apenas... Mais uma vez, parabéns à Gui pelo seu trabalho.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Things about...

de Carlos Bica, Frank Möbus e Jim Black.